Rue Dr Henri Clees

26th August 2024

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 O doutor Henri Clees, nascido em 1928 em Grevenmacher e falecido em 2000, deixou uma marca duradoura nos direitos sociais e na saúde pública de Luxemburgo. Médico de profissão, ele se dedicou ao longo de sua carreira à melhoria das condições de vida e dos direitos dos cidadãos, fundando em 1965 o Movimento Luxemburgues para o Planejamento Familiar (do qual foi o primeiro presidente) e, em 1988, a Associação para o Direito de Morrer com Dignidade (ADMD).
 
Já nos anos 1960, as consultas médicas em Luxemburgo revelavam uma crescente preocupação entre os pais em relação às dificuldades de criar filhos indesejados. Em 1963, uma delegação luxemburguesa, durante um colóquio em Bruxelas organizado pela Liga Internacional do Ensino, da Educação e da Cultura Popular, sobre o tema “Os problemas da família na nossa sociedade ocidental e, em particular, na Europa”, conheceu a Dra. Lagroua Weill-Hallé, presidente fundadora do Movimento Francês para o Planejamento Familiar (MFPF). Essas trocas foram determinantes para a introdução do conceito de planejamento familiar em Luxemburgo. A partir desses contatos, iniciativas locais começaram a tomar forma, principalmente graças aos centros culturais e de educação popular de Luxemburgo e Bonnevoie. Em 19 de janeiro de 1965, o doutor Henri Clees deu uma palestra no Casino sindical de Bonnevoie sobre o tema da “harmonia conjugal e o planejamento familiar”. Essa palestra marcou o início de um movimento estruturado. Diversas reuniões levaram à criação oficial do “Movimento Luxemburgues para o Planejamento Familiar”. Em 29 de abril de 1965, durante a primeira manifestação pública da associação no Foyer Europeu em Luxemburgo, foi organizada uma mesa-redonda para debater, entre outros assuntos, a educação sexual e a regulação de nascimentos. A constituição oficial do movimento ocorreu em 1 de junho de 1965, com a adoção de seus estatutos na presença de várias personalidades, incluindo o doutor Robert Angel, Kina Fayot, René Gregorius, Maître Robert Krieps e Jacques F. Poos, para citar apenas alguns.
 
Dando continuidade ao seu compromisso, Henri Clees fundou, em 1988, a Associação para o Direito de Morrer com Dignidade Luxemburgo (ADMD-L), uma organização militante que defende o direito das pessoas de escolherem o fim de suas vidas. A associação, independente de qualquer influência política ou religiosa, defende um fim de vida com dignidade e acompanha aqueles que desejam ter a opção de morrer em condições que respeitem sua vontade e sofrimento. Após a morte do doutor Clees em 2000, a ADMD-L continuou sua ação; A influência da associação desempenhou um papel crucial na promulgação da lei de 16 de março de 2009 sobre a eutanásia e a assistência ao suicídio. Em 2017, a associação, que hoje conta com mais de 1000 membros, mudou de nome para “Mäi Wëllen, Mäi Wee – Associação para o Direito de Morrer com Dignidade Lëtzebuerg”. Ela se tornou agora uma referência incontornável em Luxemburgo no debate sobre a eutanásia e o direito a uma morte digna, honrando assim o legado do doutor Clees e sua luta pelos direitos humanos.
 

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